O varejo brasileiro é um componente essencial da economia do país e desempenha um papel fundamental na vida dos brasileiros. Ao longo das décadas, ele passou por uma notável transformação, evoluindo de pequenos estabelecimentos locais para uma indústria diversificada e altamente competitiva.
A evolução do varejo no Brasil está intrinsecamente ligada às mudanças nas formas de pagamento. Essa relação dinâmica entre o comércio e os métodos de transação financeira reflete não apenas a transformação da economia, mas também a adaptação do setor às necessidades e preferências em constante evolução dos consumidores.
O varejo passou por momentos em que as transações eram predominantemente baseadas em dinheiro até a era atual, marcada pela ascensão das transações eletrônicas e pagamentos digitais.
Avanço do varejo brasileiro
Com uma história marcada por mudanças significativas, como a chegada de supermercados, shoppings e a revolução do comércio eletrônico, o varejo brasileiro reflete não apenas o crescimento econômico, mas também as tendências globais e as demandas em constante evolução dos consumidores. O mercado continua a se adaptar e inovar para atender às necessidades de uma sociedade em constante transformação.
O avanço do varejo brasileiro ao longo do tempo pode ser dividido em várias fases, cada uma marcada por mudanças significativas na forma como as empresas atendem aos consumidores.
- No início do século XX, o varejo no Brasil era predominantemente caracterizado por pequenos estabelecimentos locais, como mercearias e armazéns, que atendiam às necessidades básicas das comunidades.
- Na década de 1950, com o crescimento econômico do pós-guerra, surgiram os primeiros supermercados no Brasil. Isso marcou o início da transição para formatos de varejo maiores e mais modernos.
- Entrando na década de 1970, a expansão das redes de supermercados continuou, e surgiram também os primeiros shoppings centers no país. Os shoppings trouxeram uma experiência de compras mais completa, com várias lojas, cinemas e restaurantes em um único local.
- Nos anos 1990, a abertura econômica do Brasil trouxe um aumento significativo no investimento estrangeiro no setor de varejo. Grandes redes internacionais, como Walmart e Carrefour, entraram no mercado brasileiro.
- Já nos anos 2000, com a chegada da internet, o comércio eletrônico começou a ganhar força no Brasil. As vendas online cresceram rapidamente, e surgiram empresas especializadas em comércio eletrônico, como Mercado Livre e B2W (Submarino, Americanas.com).
- Por volta da década de 2010, o varejo brasileiro passou por uma transformação digital mais profunda, com o aumento do uso de dispositivos móveis e a ascensão de aplicativos de compras. Empresas como Magazine Luiza e Amazon intensificaram sua presença online e ofereceram novos modelos de entrega e atendimento ao cliente.
- Em 2020, o varejo brasileiro continuou a evoluir, com um foco crescente na personalização da experiência do cliente e na integração entre os canais físicos e online. A pandemia da Covid-19 acelerou ainda mais a digitalização do varejo, com um aumento significativo nas compras online e na adoção de novas tecnologias de pagamentos como o uso de QR codes em lojas físicas, transações mais rápidas, pagamento por links, cartões por aproximação, entre outros.
O varejo brasileiro é caracterizado pela diversidade de formatos, desde pequenos negócios locais até grandes redes nacionais e internacionais. Hoje, a concorrência é ainda mais intensa, e as empresas estão constantemente buscando inovações para se manterem relevantes em um mercado em constante evolução.
Formas de pagamento como estratégia de negócio
O cenário dos meios de pagamento no mercado brasileiro tem passado por uma transformação significativa nas últimas décadas, moldando profundamente o comportamento do consumidor e trazendo novas exigências no momento de compra. Antes dominado pelo dinheiro em espécie, o panorama atual é caracterizado pela diversificação de opções e pela crescente digitalização das transações financeiras.
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O dinheiro em espécie, que antes era a escolha padrão para pagamentos, vem perdendo espaço gradualmente.
- De acordo com o Banco Central, no ano de 2019, o montante retirado em dinheiro por meio de caixas eletrônicos e agências bancárias foi de aproximadamente R$ 3 trilhões. No entanto, nos anos seguintes, essa quantia sofreu uma redução significativa, alcançando R$ 2,5 trilhões em 2021 e, posteriormente, R$ 2,1 trilhões em 2022. Esse declínio é uma manifestação da crescente preferência dos consumidores por métodos de pagamento mais convenientes e seguros.
Os cartões de crédito e débito, por sua vez, têm desempenhado um papel crucial nessa evolução. Eles ganharam popularidade ao oferecerem conveniência, segurança e flexibilidade nas compras.
- O levantamento mais recente da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (ABECS) destaca o cartão de crédito, com alta de 10,1% e volume transacionado de R$ 1,1 trilhão no 1º semestre de 2023. O cartão pré-pago registrou um aumento de 42,7%, equivalente a um valor transacionado de R$ 42 bilhões a mais em comparação com o primeiro semestre de 2022.
Além disso, os pagamentos digitais e móveis têm experimentado um crescimento exponencial. Plataformas como o Pix, lançado em 2020 pelo Banco Central, tornaram-se uma escolha popular para transferências e pagamentos instantâneos. Em janeiro de 2023, o Pix registrou 1,8 bilhão de transações, indicando a rápida adoção dos brasileiros a essa tecnologia.
O e-commerce também desempenhou um papel fundamental na transformação das formas de pagamento. Com o crescimento do comércio eletrônico, os pagamentos online se tornaram uma necessidade. Em 2022, o e-commerce no Brasil faturou R$ 262 bilhões, um aumento de 200% em relação ao ano de 2020, de acordo com dados levantados pela Nielsen|Ebit.
Autoatendimento ganha força
Essas mudanças nas formas de pagamento também moldaram o comportamento do consumidor de diversas maneiras. Os consumidores agora esperam processos de pagamento rápidos e convenientes, preferindo métodos que proporcionam mais agilidade. É por isso que o autoatendimento veio para ficar e está se tornando cada vez mais a preferência dos consumidores quando se trata de realizar pagamentos.
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Uma das razões para essa preferência é a conveniência. O autoatendimento permite que os consumidores efetuem transações financeiras sem depender da assistência de um atendente ou caixa. Isso significa que podem realizar pagamentos a qualquer momento, em qualquer lugar, de acordo com sua conveniência, seja em caixas eletrônicos, aplicativos de pagamento móvel ou terminais de autoatendimento em lojas.
Além disso, o autoatendimento é frequentemente mais rápido e eficiente do que as opções tradicionais. Os consumidores não precisam esperar em filas, preencher cheques ou lidar com o manuseio de dinheiro em espécie. Isso economiza tempo e proporciona uma experiência de compra mais fluida e eficaz.
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